Cristina Elias
Ambientação por Mia Siufi, obra “Realidade por Nascer/ Unborn Reality”
A artista Cristina Elias nasceu em São Paulo em 1978.
Realizou e exibiu obras em: Radial System de Berlim; Festival Plataforma de Berlim; Festival VERBO em São Paulo;
Supernova Arts Brasil;
Festival Dança em Foco RJ;
MIS SP; MAM SP; Paço das Artes SP; MAXXI em Roma, Itália; etc
Prêmio “FUNARTE - Mulheres em Artes Visuais” Brasil em 2013, Prêmio “Temporada de Projetos do Paço das Artes”, 2017;
Concluiu um Mestrado em Estudos de Movimento na “Royal Central School of Speech and Drama” UK e Doutorado em Design da Universidade Anhembi-Morumbi SP.
“Realidade por Nascer/ Unborn Reality”, 2017
Série I, 2/3
Políptico com 30 obras, carvão sobre tela, impressão em acrílico e lã,
cada peça 15 x 15 cm, dimensões totais sugerida 110 x 90 cm,
Contate-nos, acervo Ghent, Bélgica
Performance Infinita, 2019
Ao vivo na Supernova Arts em São Paulo, exposição Tributo a Kika Ortiz, 31/03/2019
“A minha pesquisa:
corpo-ma
O meu foco é a construção de um corpo que funciona conforme o conceito japonês de Ma enquanto estação de fronteira, inter-conexão, passagem ou fluxo - “uma zona de coexistência, tradução e diálogo”, nas palavras da pesquisadora e curadora Michiko Okano. Um corpo-ma é um corpo-em-processo, em constante movimento e total disponibilidade para a inter-ação, seja com outros materiais plásticos, com objetos, com a ação de outras pessoas, com as especificidades do espaço em que a obra acontece (site specific), com outras linguagens (pintura, escultura, instalação, escrita) e instrumentos, incluindo aqui a capacidade do corpo de interagir com novas tecnologias na produção de sentido.
A ideia de Ma está presente em todas as camadas da vida cotidiana japonesa, desde a relação entre as pessoas, à caligrafia, a jardinagem, o ikebana, as artes marciais, performativas e visuais. Em linhas grossas, Ma significa espaço-tempo, espaço vazio, entre-espaço, silêncio, pausa, não-ação, passagem, portal ou túnel, tempo suspenso, espaço negativo. O meu trabalho abraça essa ideia fenomenológica de Ma, enquanto intervalo de espaço-tempo em que o evento (a ação, o movimento...) pode vir a emergir.
O meu porto de partida para a criação, seja para a realização de performances, telas, objetos, instalações, vídeo e fotografia, é um corpo vazio mas potencialmente cheio, um corpo adaptável e maleável, um corpo em constante movimento e metamorfose, um corpo túnel, pelo qual histórias, pessoas, objetos, eventos... passam, um corpo que liga um ponto a outro, um corpo fronteira que ao mesmo tempo separa e ata, um corpo sempre disponível e pronto para estabelecer novas relações com o ‘fora’, o não-eu. Um corpo que existe no efêmero e no fragmento e que, abraçando esses princípios, aponta para a natureza eterna da transformação.